23 de jul. de 2015

Quem tem medo do licenciamento ambiental?

No passado, licenciamento ambiental era assunto restrito ao mundo industrial. Consideradas as grandes vilãs do meio ambiente, indústrias precisavam (e precisam) seguir regras, normas e leis para controlarem seus impactos ambientais e os órgãos de controle ambiental estadual expediam licenças e autorizações, ou notificações e multas.

Em 2011, a Lei Complementar 140 alterou a Política Nacional do Meio Ambiente, repartindo entre estados e municípios a obrigação de cuidar do meio ambiente com todas suas implicações legais. A descentralização trouxe para os municípios responsabilidades nos processos de licenciamento ambiental e ampliou a lista de atividades econômicas passíveis de licenciamento.

No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, restaurantes, clínicas, lavanderias, laboratórios, serviços de jardinagem e muitos outros figuram entre os que devem providenciar o licenciamento ambiental. A lista completa pode ser acessada na Resolução Inea 52/2012. Nela, os critérios de enquadramento de acordo com o potencial poluidor orientam quais atividades precisam se ajustar às regras do licenciamento. Muitos empresários, há muito estabelecidos no mercado, nos perguntam por que mais uma legislação a cumprir: "Trabalho nisso há anos e nunca me pediram esse documento". Pois é, o mundo, o mercado, a tecnologia vivem em constante transformação e a legislação ambiental também, buscando corrigir os impactos que causamos na natureza.

Queremos fugir de mais uma taxa, burocracia e obrigação, mas quando menos esperamos aparece uma notificação ou uma exigência a mais na hora de buscar recursos no mercado. Mais cedo ou mais tarde, enfrentaremos o licenciamento ambiental.  

Mas... quem tem medo do licenciamento ambiental? A descentralização é recente e as secretarias municipais de meio ambiente abrem suas portas para prestar esclarecimentos. Em Petrópolis, onde estamos, o pessoal da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável explica em detalhes o que é preciso fazer, quais documentos providenciar, quais taxas pagar, quais atividades podem se valer da certidão ambiental de inexigibilidade, quais formulários preencher.

A preservação ambiental está aí. As indústrias são vilãs? Somos todos devoradores da natureza, consumimos o que a indústria produz e nas mais diversas atividades impactamos o ambiente. Esse é o momento de esclarecer dúvidas, identificar os impactos e perder o medo do licenciamento ambiental.   


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